Neste final de semana será realizado o Exame Nacional do Ensino Médio, mais conhecido como ENEM, “o temido”. A prova é realizada em dois dias longos e maçantes, além de ter um peso gigantesco para ingresso em Universidades Federais e bolças de estudo. Você deve achar que estou louca, mas não estou, o Enem envolve sim política. O mesmo foi criado pelo Ministro Paulo Renato Souza, que ocupou a pasta da Educação no governo de Fernando Henrique Cardoso, além de ter sido consultor da ONU e gerente do BID.
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi criado em 1998 com o objetivo de avaliar o desempenho do estudante ao fim da educação básica, buscando contribuir para a melhoria da qualidade desse nível de escolaridade. A partir de 2009 passou a ser utilizado também como mecanismo de seleção para o ingresso no ensino superior. Foram implementadas mudanças no Exame que contribuem para a democratização das oportunidades de acesso às vagas oferecidas por Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), para a mobilidade acadêmica e para induzir a reestruturação dos currículos do ensino médio.
O criador desta maravilha que deu novas oportunidades aos estudantes, Paulo Renato Souza, faleceu no dia 26 de Junho de 2011 aos 65 anos, na cidade de São Roque, após sofrer um enfarte fulminante. Como dito, o mesmo atuou na pasta de Educação durante o governo de Fernando Henrique Cardoso de 1995 a 2002. “Ele mudou a educação no Brasil. Os passos fundamentais, o que está acontecendo agora e que vai crescer ainda mais, como dar acesso a todas as crianças à escola. Ele criou o Fundef, que foi um dos passos fundamentais para melhorar a educação. Ele fez o Enem, fez a Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Enfim, deixou uma obra marcante”, disse FHC durante o velório na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Paulo Renato criou todos os mecanismos mais importantes de avaliação da educação no país. Um dos principais foi o Provão, que dava nota aos cursos de ensino superior. O ex-ministro não conseguiu fechar cursos reprovados, e o número de instituições privadas de ensino superior acabou subindo bastante. Isso permitiu ampliar a rede, embora com muitos cursos sem qualidade. No ensino fundamental, conseguiu praticamente universalizar as matrículas, mas, até hoje, o país ainda enfrenta o desafio de melhorar a qualidade.
Paulo Renato iniciou a carreira política em 1966, no MDB. Em 1978, migrou para o novo PMDB. Filiou-se ao PSDB em 1990 e se tornou uma de suas principais lideranças. Antes de assumir o Ministério da Educação foi por quatro anos gerente de operações do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), em Washington. A presidenta Dilma Rousseff emitiu nota oficial lamentando a morte e ressaltando que Paulo Renato “prestou relevantes serviços ao país”. O governador do Estado, Geraldo Alckmin, esteve no velório e destacou que Paulo Renato dedicou sua vida política à melhoria da educação no Brasil. “Reitor, secretário e ministro, homem que universalizou, com políticas públicas sérias, como o Fundef, o acesso ao ensino fundamental no Brasil”.
Gabriela Calore #DiárioEleitorando
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