Bem-vindo Dezembro!
Iniciamos mais um mês, e assim, mais um ciclo no #DiárioEleitorando. Venho aqui para me despedir e saudar nossos queridos leitores. Fico a cada dia mais feliz em saber que este projeto continua e que gradativamente ele alcançara o objetivo de inclusão do jovem na política. Ressalto que nosso projeto surgiu com a ideia de sete estudantes que batalharam e estudaram o tema durante um ano, elaborando pesquisas, fazendo companhas, divulgando o projeto, tudo isso com a intenção de que os jovens fossem as urnas expressar a sua vontade e demostrar sua participação, mesmo assim, a um tempo atrás foram divulgados dados do TSE que nos deixaram decepcionadas. Cai cada vez mais o número de jovens votantes entre 16 e 18 anos, os mesmos só praticam o sufrágio puramente por obrigação. Sabemos que a política está toda desordenada, mas, não podemos perder nossa esperança na mudança. A luta está apenas começando e talvez os jovens não saibam da força que os mesmos possuem, bem como não sabem dos direitos que tem de intervenção na política. Entre essas e outras, o projeto continua, de passo a passo chegaremos lá!
Para quem não sabe, o voto aos 16 anos foi uma conquista do movimento estudantil, incorporada à Constituição de 1988. Entre o fim da década de 1980 e o início da seguinte, estudantes e jovens, de um modo geral, demonstravam interesse na vida política nacional e desejo de se manifestar, por meio do voto, sobre os rumos do país. No entanto, essa vontade de participar tem diminuído. Mesmo amparados pelo artigo IV da Constituição Federal, que garante aos maiores de 16 anos o direito ao voto, na prática, nem sempre isso acontece. Há cinco anos havia 3,6 milhões de eleitores de 16 e 17 anos no Brasil. Em 2008 o número chegou a 2,9 milhões, redução de 19%.
Para o analista e cientista político Paulo Vannuchi, é "preocupante" também a queda na porcentagem de jovens entre 16 e 17 anos que tiraram título de eleitor para a eleição de 2014 em relação ao pleito anterior. Nas eleições de 2010, 35% dos jovens que têm direito facultativo ao voto emitiram o título, mas, neste ano, apenas 23% fizeram o mesmo, segundo dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
"Há uma queda muito forte. Essa notícia é preocupante, embora mais ou menos já fosse esperada. O Brasil dos últimos anos revelou que uma parcela participativa dos jovens não tem interesse na luta eleitoral", avalia, em seu comentário para a Rádio Brasil Atual. O analista entende que o dado não surpreende porque, durante as manifestações de 2013, a palavra de ordem "você não me representa!", direcionada aos políticos brasileiros, foi recorrente entre os jovens.
Vanucchi considera que este cenário é o contrário do país de 30 anos atrás, quando a juventude lutava pelo fim da ditadura civil-militar e pelo direito ao voto. "Quando o Brasil saía do sufoco da ditadura, teve na juventude um grande impulsionador que entendeu a necessidade de votar, que fez as Diretas Já, fez o impeachment do Collor", diz.
Se números assim permitem constatar o desinteresse do jovem no exercício de um direito seu, é o caso de perguntar as razões desse fato. Por que os jovens parecem ter perdido o interesse pela política? O que explica o crescente número de jovens que não faz questão de tirar o título de eleitor e de votar? Alguns dizem que não se sentem preparados para exercer o voto ou veem o descaso e a falta de compromisso dos políticos brasileiros como um dos principais motivos para seu desinteresse em votar.
Dessa forma é fundamental também que o jovem se informe, estude, se atualize e não caia nas propagandas e campanhas eleitoreiras. Sim, o ato de votar é um dever para o jovem, como também, a responsabilidade pelos próprios atos. Mesmo assim, a falta de informação ou, até mesmo, de interesse pelo futuro da sociedade faz com que muitos jovens não cheguem às urnas ou cheguem sem opinião formada.
Mas, de quem é a culpa? Infelizmente, o cenário é realmente desalentador: A cada eleição, a cada escândalo a decepção aumenta o distanciamento dos jovens em relação à política, o que é um péssimo sinal para o futuro de nosso país, pois é em sua juventude que uma nação credita suas maiores expectativas de transformações futuras. Em quem iremos depositar nossas esperanças se não acreditarmos que os jovens poderão fazer do Brasil um país melhor, mais justo, solidário e verdadeiramente democrático?
E como prepará-los para tal missão? Tudo começa dentro de casa, quando podem começar a ter responsabilidades de participação na própria família. Depois passam para o contexto da escola, onde influenciam nas decisões em sala de aula, ajudando a dar mais qualidade ao processo de ensino-aprendizagem e mais vida ao ambiente escolar. Com a ajuda da escola ou da família, estes adolescentes podem monitorar as políticas públicas e ajudar a disseminar o que está dando certo e sugerir formas de melhorar a situação da infância e adolescência, por exemplo.
O voto é um direito de participação política e social do adolescente que merece ser estimulado e fortalecido. Sendo assim, todo adolescente tem o direito de participar das decisões que afetam sua vida e da comunidade, e o voto é uma maneira de ele ser protagonista, mas também responsável pelo rumo das políticas públicas. Para isso, é essencial ele se informar, discutir com outros adolescentes, fazer uma escolha livre e consciente e, depois, acompanhar a atuação dos gestores públicos.
“Liberdade significa responsabilidade. É por isso que tanta gente tem medo dela.”
(George Bernard Shaw)
Confira uma iniciativa do TSE para o público infanto-juvenil poder aprender mais sobre eleições com material da Escola Judiciária do TSE ..
Gabriela Beloti,
Até logo!